sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A minha tragédia


Tenho ódio à luz e raiva à claridade

Do sol, alegre, quente, na subida,

Parece que a minh'alma é perseguida

Por um carrasco cheio de maldade!

Ó minha vã, inútil mocidade

Trazes-me embriagada, entontecida!...

Duns beijos que me deste, noutra vida,

Trago em meus lábios roxos a saudade!...

Eu não gosto do sol, eu tenho medo

Que me leiam nos olhos o segredo

De não amar ninguém, de ser assim!

Gosto da Noite imensa, triste, preta,

Como essa estranha e doida borboleta

Que eu sinta sempre a voltejar em mim!..

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