sábado, 25 de setembro de 2010

A Despedida do Amor


Existem duas dores de amor:
A primeira é quandoa relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumarcom a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver a luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amortanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvinir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apaega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir não de algo que nos foi caro po muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Tavez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confundi. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nosssa concordância, mas que precisa taambém sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.

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